12 de fevereiro de 1992, por volta das duas horas da
madrugada uma mulher entrava em trabalho de parto enquanto se deslocava pra
cidade vizinha em busca de uma maternidade pra ter o filho que pra sorte ou
azar de seus pais preferiu se adiantar um pouquinho e começar a nascer ali
mesmo, na estrada de terra em uma cidadezinha do interior mineiro. Seu pai provavelmente já começava a ficar louco,
procurando um local onde fosse possível fazer o parto. Ao encontrar então um
abrigo, levou com todo o sofrimento a mãe até uma casinha no mato, próximo a
uma lagoa que havia naquela noite alagado a estrada. E a mãe coitada,
tendo que aguentar a maior dor do mundo sem o cuidado e conhecimento de um
médico, ou no mínimo uma parteira, apenas a disposição dos poucos que ali
estavam pra ajudar e um pai que convenhamos também foi guerreiro ao suportar
esse momento e estar ali apoiando. Naquele momento nasceu, em meio a toda
aquela chuva e confusão, um menino, que teve seu cordão umbilical cortado com
nada mais nada menos que um canivete, rústico, porém eficiente. E como havia de ser, muito sofrimento, luta, também
satisfação e alegria e uma vida concebida. A partir do primeiro choro eu já
tive motivos o suficiente pra entender que a vida é sofrida, triste, é difícil.
Contudo, é extremamente gratificante saber que as coisas podem dar certo quando
as pessoas estão envolvidas em uma causa, pelo bem, fazendo o que for preciso,
para alcançar um objetivo. Foi o primeiro sinal que na vida meus amigos, se
corremos atrás, batalharmos e enfrentarmos nosso desafios, mesmo com adversidades você consegue o que
quiser. Ouvi dizer que naquela madrugada o bebê olhava para um lampião, enxergava
a luz como algo brilhante, encantador, único. Assim como essa mesma criança
hoje em dia olha para o sol com extrema admiração e percebe que é só uma
pequena parte desse mundão todo que existe por ai. E todas as vezes que vê o sol renascer se sente seguro, confiante e diz: Estamos vivos! E isso, é o que importa.
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