quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Renascer

12 de fevereiro de 1992, por volta das duas horas da madrugada uma mulher entrava em trabalho de parto enquanto se deslocava pra cidade vizinha em busca de uma maternidade pra ter o filho que pra sorte ou azar de seus pais preferiu se adiantar um pouquinho e começar a nascer ali mesmo, na estrada de terra em uma cidadezinha do interior mineiro. Seu pai provavelmente já começava a ficar louco, procurando um local onde fosse possível fazer o parto. Ao encontrar então um abrigo, levou com todo o sofrimento a mãe até uma casinha no mato, próximo a uma lagoa que havia naquela noite alagado a estrada. E a mãe coitada, tendo que aguentar a maior dor do mundo sem o cuidado e conhecimento de um médico, ou no mínimo uma parteira, apenas a disposição dos poucos que ali estavam pra ajudar e um pai que convenhamos também foi guerreiro ao suportar esse momento e estar ali apoiando. Naquele momento nasceu, em meio a toda aquela chuva e confusão, um menino, que teve seu cordão umbilical cortado com nada mais nada menos que um canivete, rústico, porém eficiente. E como havia de ser, muito sofrimento, luta, também satisfação e alegria e uma vida concebida. A partir do primeiro choro eu já tive motivos o suficiente pra entender que a vida é sofrida, triste, é difícil. Contudo, é extremamente gratificante saber que as coisas podem dar certo quando as pessoas estão envolvidas em uma causa, pelo bem, fazendo o que for preciso, para alcançar um objetivo. Foi o primeiro sinal que na vida meus amigos, se corremos atrás, batalharmos e enfrentarmos nosso desafios, mesmo com adversidades você consegue o que quiser. Ouvi dizer que naquela madrugada o bebê olhava para um lampião, enxergava a luz como algo brilhante, encantador, único. Assim como essa mesma criança hoje em dia olha para o sol com extrema admiração e percebe que é só uma pequena parte desse mundão todo que existe por ai. E todas as vezes que vê o sol renascer se sente seguro, confiante e diz: Estamos vivos! E isso, é o que importa.

Nenhum comentário:

Postar um comentário