domingo, 23 de setembro de 2012

Das merdas que eu fiz

Pra lá, pra cá, pra lá pra lá, tira o fone,  coloca o fone. Pensa em morrer, pensa em viver, pensa em não pensar.. Para, para! Ahhhhhhhhhhh descansa e volta a alucinar, pensa em correr, fugir de si mesmo, fugir de si mesmo ? Como? What? oooooh, eu não acredito! Na canção percebe um : "God help me", e faz o pedido, Deus ajude me também... Ajude-o Deus, não desista desse garoto pois nem ele desistiu de você. Silêncio toma conta da mente, apenas um monte de bolhas explodindo aleatoriamente num círculo intenso, e quando fechou os olhos viu que já estava dormindo e quando abriu viu que não enxergava, não sentia, não existia. Dor de vazio, do inexistente, raiva de algo que não se sabe o que (ou porquê), carência, a pura carência, implorando uma presença maternal, paternal ou qualquer coisa "another". Só... estava só. Ali moravam mais uns 3 ou 4, 2 não paravam em casa, 1 era gigolô, 1 trabalhador atleta e estudante, e eu era... Bom, eu era só eu, aluno, estagiário, dono de uma bicicleta sem freio, um notebook sem memória ram (pouco menos que o dono) e um par de fones de ouvidos. Ligo o chuveiro, aqueles primeiros 15 segundos de água gelada naquele inverno eram parecidos com a dor da notícia que havia acabado de degolar todo meu amor, e meu amor próprio e tudo que fosse amor... só que a água esquentou e meu coração continuou gelado como o orvalho daquela manhã. A noite passada havia recebido algumas notícias, sendo que duas delas eu presumi. E tava feito a desgraça toda, o cara que saiu pela porta da frente, esculachado e fodido, mas pela porta da frente(era a única saída - literalmente), com 5 reais no bilhete único, duas trakinas e uma coca 600 ml como refeição, outra vez já havia presumido o acontecido e me antecipei preparando tudo pro fim. Aquelas duas malas eram tudo que eu tinha, além claro da coragem (que eu pensei que era maior). Pausa! "Eu pensei que era maior que o que me fodia, ou seja, tudo! as adversidades, tudo, porque eu tinha um aliado, que era o amor, e quando se ama, tudo é possível! Ou não? Sim, tudo é possível". Eu sai de casa fodido e me virei durante um tempo e foi bom, foi muito bom. Mas, quando acabou o amor, e esse amor começou a me foder (igual o mundo antes), e o mundo se juntou com o amor, e todos me foderam e eu era passivo naquela suruba, só eu me fodia. Eu era o Mazoquista e o mundo sado ou o contrário, a eu nem sei do que estou falando. Pra não perder o nexo, se é que existe um nesse texto. Você pode se foder, pode perder namorada, faculdade, auto-estima, quebrar o pé, pode perder até seu avô, que o seu patrão não está nem ai! De qualquer forma, você tem que levantar e ir trabalhar, a mas foda-se hoje eu não vou! Não vai ? E essa contas ? Foda-se moro na rua? Sério? Não não... é mais ou menos isso. Deixei um foda-se com o amarelo piscante e onde eu cheguei ? De volta a casa "dos - pais-" . Um verdadeiro retrocesso, a coisa mais fodida que pode te acontecer, e olha que dormir na rua não é tão ruim. Sim, eu já dormir mais ou menos umas oito ou nove vezes na rua, e isso eu chamo de ORGULHO. Tem muito filhodaputinha se achando fodido também, mas nunca teve que dormir na rua, na verdade eu não tive, eu que sou muito orgulhoso e não tive coragem de aceitar ajuda, e ainda sou orgulhoso, porque quando aceito ajuda dos outros, escuto o sagrado e bendito "Ajudante" se gabando ou sei lá oque, de ter me ajudado, pra mostrar pros outros: "Olha, eu ajudei esse menino! Olhem pra mim, olhem pra mim". E eu só tenho um pensamento, obrigado, mas vá se foder! Essa veia hippie em mim não tem de onde vim, isso não é ser hippie ou punk ou outcast, isso não deve ser rotulado.  Ainda pretendo ser um grande merda nessa vida, um merda muito louco da maneira mais sã possível, no caminho certo, na plenitude e na infinidade, no amor, no sexo ou dentro de um metrô qualquer esperando o frio passar pra tomar banho no banheiro da faculdade e usar o desodorante do supermercado.  Eu fiz o que fiz, e isso me ensinou uma coisa. Se for pra ser porra louca, seja um porra louca e tome seu rumo! Não volte atrás! Mas, se voltar atrás, se arrependa e tente melhorar o que estava errado, resolva seus conflitos ou então tente entendê-los, tente se entender, evolua, cresça, chute o balde mas na direção correta, pense em si mesmo e não sofra desnecessariamente, eu tenho várias histórias, vários segredos, várias figuras, faces e mistérios. Eu sou um merda, cheio de merda pra contar, pra fazer, pra viver e no fim você é aquilo que você vive, talvez se não tivesse sofrido, errado, arrependido, aprendido, ignorado, repreendido, amado, odiado e respeitado, hoje eu não seria metade desse cara que tenho me tornado, nem pobre, nem coitado, nem condenado, prefiro acreditar que fui abençoado.

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