quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Sons, pirata e amor.

Agora o som habita
onde antes era silêncio,
inconsciente, destrói as barreiras
com notas agudas e graves
porém soltas ao ar...

Tumultuando um espaço
outrora cheio de nada,
turvo e inabitável.
Foi o que disse o pirata.

E continuou...

Mas é esse seu olhar,
que me deixa
com uma pulga atrás da orelha,
que me deixa.

Me ganhando sem jogar,
me amando sem amar.
E o que fazer?
O que falar?

Você pede pra eu desviar,
mas depois que cai no mar
é tão difícil voltar,
não escolhi me afogar,
só queria lhe tocar.

E o pirata agora achou o tesouro
e não pode levar pra casa.
Agora sua música tomou forma,
surgiu harmonia, ritmo, melodia,
surgiu a canção e em fim alegria.

E a vida vai seguindo,
iludindo-o menino,
apenas esculpindo
o que talvez possa ser um romance.

Vai se desenrolando uma labuta
pra atingir um começo
do final feliz, ou meramente o começo
do fim de tudo.

As canções, o pirata,
 a dama, o mar, o ar,
sentados na mesma mesa,
 jantando lado a lado,
apaixonados e tão sofridos
que nem sabem se vai ter sobremesa
ou outra surpresa.

Que aquilo é o melhor
que pode lhes acontecer,
pois estão juntos num sonho de corpo,
alma e olhos bem abertos.

Afinal uma hora,
as pessoas podem encontrar
o mapa do tesouro.
Vão querer lhes roubar,
o bem mais precioso,
o amor que ainda há,
no ar, no olhar e no fundo do mar...

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